Já vamos no quarto dia da Semana dedicada à leitura.
Logo pela manhã, os alunos do 5º G foram convidados a assistir à apresentação do guião de leitura de «A Floresta» de Sophia de Mello Breyner Andresen, elaborado pela professora Dr.ª Fernanda Braz.
Os pequenos destinatários descobriram a Isabel, a quinta onde a acção decorria, as características de todo o espaço envolvente e o seu encontro com o Anão.
Através da leitura dum pequeno extracto, as crianças ficaram motivadas à análise da obra integral.
Ao cair da tarde, quando a calma se ia apoderando do espaço escolar, quando os últimos iam debandando, porque as actividades lectivam tinham terminado, à biblioteca começavam a chegar os primeiros convidados. Por entre estantes de livros, de Cd's e de DVD's, iam tomando os seus lugares.
Da primeira parte desta sessão, constava a entrega dos prémios aos alunos seleccionados no Concurso «Conto de Natal». Em retribuição, não só pela participação, mas sobretudo, pela qualidade e originalidade dos trabalhos, foram entregues livros aos jovens contemplados.
Seguir-se-ia a actividade «Ler...Miguel Torga», dirigida ao Clube de Leitores.
Num grande placard, estrategicamente colocado, e nalguns cartazes espalhados em redor, distribuiam-se trabalhos de alunos da Dr.ª Elisa Azevedo, destacando-se uma ilustração- um galo de crista e penugem muito coloridas. Nele se concentraram as atenções dos presentes. Era ele, efectivamente, o objecto da dissertação do convidado da tarde, o Prof. Dr. Cardoso Bernardes, chamado a tecer algumas considerações sobre «Tenório», um dos bichos de Torga.
Começando por referir como era antigo o interesse despertado pelo comportamento dos animais, desde os bestiários medievais até às fábulas seiscentistas, o moderador enunciou, de forma muito clara, mas muito didáctica, as motivações de Torga pelos animais. Realçando o seu aguçado espírito de observação, referiu a intencionalidade da obra, no seu conjunto.
Mas, o que captou, verdadeiramente, a atenção de todos foi a história de Tenório, nascido pinto e dotado de uma crista peculiar, escapou à sorte dos seus irmãos, tornou-se um frango e, num belo dia, através do seu canto, deu o primeiro sinal de que já era adulto, ou seja, se transformara em galo...
Não foram só os jovens que aprenderam, mas também os adultos tiveram a oportunidade de recordar qual a origem do nome Tenório e puderam compreender a lição do conto, em suma, o apogeu e declínio de tudo o que é vivo.
Foi um entardecer maravilhoso, em que, decerto, alguns novos leitores foram conquistados!